domingo, 23 de novembro de 2008

O meu pé de laranja lima

O Zezé era um menino de 5 anos. Ele aprendeu a ler sozinho e por isso foi cedo para a escola.

No Natal, o Zezé tinha sempre esperança de receber alguma coisa, mas como a família era muito pobre, não podiam dar nada a ele nem aos irmãos.

Um dia Zezé e a família tiveram de mudar de casa. Nessa casa haviam várias árvores e o Zezé ficou muito amigo de um pé de laranja lima chamado Minguinho.

O Zezé adorava agarrar-se à parte de trás e sentir a estrada. Havia um homem que era português, tinha muito dinheiro e um carro que todos invejavam. Então o Zezé apostou com o Minguinho que conseguia agarrar-se ao carro do português sem ele dar por nada. Só que o Sr. Valdares (que era o português) viu e humilhou Zezé. Todos riam com maldade, e durante as semanas seguintes o Zezé saia de casa mais cedo para ir para a escola por outro caminho, para que ninguém se risse dele. Mas com o tempo as pessoas esqueceram-se e ele já podia ir pelo caminho que ia normalmente.

Quando o português passava pelo Zezé de carro dava um ou dois apitos e Zezé odiava porque pensava que o Sr. Valdares estava a gozar com ele.

Um dia o Zezé estava descalço e enfiou um caco de vidro no pé. Quando chegou a casa a Godóia tirou-lhe o caco do pé e não parava de sangrar. O Zezé pediu a Godóia para não contar nada a ninguém porque se o pai soubesse ia bater-lhe. No dia seguinte ele pensava que conseguia ir às aulas mas começou a ter dores. O português estava a passar de carro e viu que Zezé estava com dores e ofereceu-se para leva-lo à farmácia.

A partir desse dia tornaram-se amigos inseparáveis. Mas a amizade que eles tinham era uma amizade secreta.

Um dia Zezé estava a fazer um balão de papel e a sua irmã Glória chamou-o para ir jantar e ele estava quase a acabar o balão. Ele chateou-se e começou a chamar-lhe “nomes”. Quando o pai chegou deu-lhe uma tareia tão grande que ele ficou vários dias de cama e não pôde ir ter com o portuga (era assim que ele tratava o português).

Quando o Zezé ficou melhor foi ter com o portuga e disse que ninguém gostava dele e que se queria matar. Mas o portuga convenceu-o a não fazer aquele disparate.

Um dia Totoca (o irmão mais velho do Zezé) disse-lhe que a câmara ia construir uma estrada que passava exactamente no sítio onde estava o Minguinho e que ele ia ter de ser cortado e também lhe contou que o pai tinha arranjado emprego e que por isso dali a alguns meses iam ter de mudar de casa. Mas o Zezé ficou muito triste por saber que o Minguinho ia ser cortado.

Certo dia, quando ele estava na escola, um colega disse que o Mangaratiba (um comboio muito rápido) tinha passado por cima do carro do portuga e que ele estava lá dentro.

O Zezé saiu da sala de aula a correr e foi para o sítio onde tinha acontecido o acidente. O portuga tinha morrido. O Zezé ficou muito doente por ter perdido o seu grande amigo. Não falava, não comia, e vomitava muito. A família pensava que era por terem de cortar o Minguinho, porque eles não sabiam da amizade entre o portuga e o Zezé. Passadas várias semanas ele ficou melhor. Depois o pai disse que ainda faltava muito tempo para cortarem o Minguinho, e que nessa altura já teriam mudado de casa.

Mas o Zezé disse que o Minguinho já não era o mesmo. Era como se já tivesse morrido.



Titulo da obra: "O meu pé de laranja lima"
Autor: José Mauro de Vasconcelos
Editora: Livros Dinapress

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Aventuras de Chico Aventura

Era uma vez um menino chamado Chico. O pai de Chico não o tinha visto nascer porque estava emigrado na Venezuela para ganhar dinheiro e assim ajudar a melhorar a sua vida, a da sua mulher e a de Chico.

O Chico só tinha uma amiga, a Francisca. A Francisca tinha um amigo ecologista, e queria que o Chico o conhecesse, pois ele interessava-se muito pela Natureza!

Ela levou-o a casa do Lourenço (Lourenço era o ecologista) e os dois deram-se muito bem.

Alguns dias depois, o Chico e a Francisca vinham da escola, quando ouviram o João, um rapaz mau, a planear com outros colegas um incêndio no pinhal. Os dois amigos avisaram as autoridades e conseguiram evitar uma catástrofe. A partir desse dia o Chico passou a ser tratado por Chico Aventura.

Um dia, Chico ouviu dizer que a água da levada estava a ficar poluída por causa do aviário da serra, mas com a ajuda do Lourenço conseguiram resolver o problema. Por isso Chico recebeu uma recompensa que era um cheque.

Quando chegou o Natal, o Chico perguntou à mãe como é que o iam festejar. A mãe disse que iria ser como nos outros anos. Mas para surpresa de todos apareceu o Salvador, que era o pai do Chico.

Ele chegou milionário à ilha da Madeira (pois era lá que eles viviam) e queria comprar uma casa nova para eles viverem. O Chico não queria mudar de casa porque não queria ficar longe da sua amiga Francisca. A mãe também disse que não queria ir viver para outro sítio mas o pai de Chico continuou a insistir. No dia em que foram ver o terreno, o Chico Aventura descobriu uma planta que só existia na Madeira.

O Chico falou com o Lourenço, e ele deu-lhe mais informações sobre a planta que o Chico tinha descoberto.

Finalmente, o pai do Chico desistiu de comprar o terreno, e para grande alegria do Chico decidiu recuperar um antigo solar.

Os dois amigos, a Francisca e o Chico, juntamente com outros amigos, entre eles João, decidiram organizar umas brigadas para defender as plantas raras!

Eu gostei desta história porque nos ensina a defender a Natureza bem como o valor da Amizade.


Título da obra: "Aventuras de Chico Aventura"
Autor: Maria do Carmo Rodrigues
Editora: Vega

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A noite de Natal

Era uma vez uma menina chamada Joana. Essa menina não tinha muitos amigos, mas um dia encontrou um. O Manuel era muito pobre e vivia numa cabana por esmola.

Quando chegou à noite de Natal, a Joana perguntou à cozinheira Gertrudes se o Manuel recebia presentes. A Gertrudes disse que não e a Joana ficou um pouco triste.

Enquanto a família foi à missa-do-Galo, a Joana decidiu ir ao pinhal dar alguns dos presentes que tinha recebido ao amigo.

Ela ia a seguir uma estrela, e pelo caminho encontrou o rei Melchior que também seguia a estrela. Depois encontraram o Gaspar e a seguir o Baltazar.

A Joana pensava que a cabana era escura e triste, mas muito pelo contrário. Estava toda iluminada e alegre. Os anjos iluminavam tudo e o Manuel dormia aconchegado nas palhinhas. Então Joana pensou que aquilo se parecia com o presépio, pois também lá estavam o burro e a vaca.

Joana ajoelhou-se e pousou os presentes para o seu amigo.


Autor: Sophia de Mello Breyner Andressen

Título da obra: A noite de Natal

Editora: Fugueirinhas

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O Cavaleiro da Dinamarca


Era uma vez um cavaleiro que vivia na Dinamarca. Todos os anos, ele festejava o Natal com a família, amigos, parentes, criados da casa e servos da floresta.

Mas certo Natal, o Cavaleiro, depois de terem terminado a ceia, disse à família, aos amigos e aos criados que dali a um ano não estaria com eles. Ele iria partir em peregrinação à Terra Santa e iria passar o próximo Natal na gruta onde tinha nascido o menino Jesus.

No Natal seguinte ele já tinha chegado a Belém. Depois de viajar por muitos sítios, partiu para a Dinamarca. Quando chegou à aldeia dos caçadores, disse que ia para casa mas eles disseram que era perigoso. Mesmo assim, o cavaleiro continuou para não quebrar a promessa que tinha feito. Mas entretanto perdeu-se.

Ele continuou até que viu uma luz pequenina e então decidiu caminhar na sua direcção. Ele pensava que era alguém que também estava perdido. Mas quando chegou ao pé da luz viu que não era nenhuma fogueira. Era uma grande árvore, coberta de estrelas que os anjos tinham posto para guiar o cavaleiro.


Autor: Sophia de Mello Breyner Andressen
Título da obra: O Cavaleiro da Dinamarca
Editora: Figueirinhas

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Pedro Malasartes


Era uma vez um menino chamado Pedro Malasartes. Ele tinha este nome porque estava sempre a fazer disparates. Qualquer recado que a mãe o mandasse fazer, vinha sempre um disparate a caminho. Por exemplo: a mãe trazer para casa um pano comprido de linho e dizer que servia para tapar os seus buraquinhos e, o Pedro Malasartes, enquanto a mãe tinha saído, começar a cortar o pano e tapar os buracos da casa.

No dia seguinte, a mãe mandou-o ir à feira, comprar um porco e trazê-lo para casa com cuidado e a mãe encontrá-lo a meio caminho de casa com o porco às costas.

Alguns dias mais tarde, a pobre senhora mandou o filho ir comprar um vaso e ele trouxe o vaso amarrado a um cordel, tal como a mãe o tinha ensinado a trazer um porco.

No dia seguinte, a mãe queria pregar um botão e mandou o Pedro ir a uma loja comprar agulhas. Quando Pedro ia a caminho de casa, viu um carro com palha que ia para perto da casa dele. Pediu-lhe boleia, e enfiou as agulhas dentro da palha, tal como a mãe o tinha ensinado a fazer com um vaso.

A mãe, já com medo de o mandar fazer recados, um dia, mandou-o ir lavar tripas que ela tinha comprado para guisar. A mãe disse a Pedro que ele só voltasse quando tivesse a certeza que as tripas estavam bem lavadas, mas como Pedro Malasartes não sabia ver se as tripas estavam bem lavadas a mãe disse-lhe que perguntasse a alguém que fosse a passar. Como Pedro não via ninguém lavou as tripas muitas vezes. Até que passou um barco e Pedro chamou-o para perguntar se as tripas estavam bem lavadas. O dono do barco, pensando que o Pedro queria boleia parou o barco e ficou furioso quando viu que o Pedro só queria que eles vissem se as tripas estavam bem lavadas. Então, os passageiros saltaram para terra, deram-lhe pancada e disseram para Pedro dizer que soprasse muito vento.

O Pedro foi-se embora e encontrou ceifeiros e começou a dizer que o que era preciso era que soprasse muito vento. Os ceifeiros ficaram furiosos, bateram-lhe e disseram que o que era preciso era que não caísse nenhum.

O Pedro foi-se embora e passou por um campo onde estavam homens com uma rede para apanhar pássaros. O Pedro passou e disse que o que era preciso era que não caísse nenhum. Os homens ficaram furiosos, bateram-lhe e berraram que o que era preciso era que houvesse muito sangue.

O Pedro Malasartes foi-se embora e viu dois homens a lutar e começou a gritar dizendo que houvesse muito sangue. Os homens ficaram furiosos, bateram-lhe e disseram que o que era preciso era que Deus os desapertasse.

Depois, ele ia a passar e viu um cortejo com um casal acabado de se casar. O rapaz começou a gritar que deus os desapertasse. Os convidados ficaram furiosos e disseram para ele dizer daqueles cada dia um.

Pedro Malasartes continuou o seu caminho e encontrou um funeral de um homem muito estimado naquela terra e então o Pedro começou a gritar que daqueles cada dia um. As pessoas ficaram furiosas, bateram-lhe e disseram que Nosso Senhor o levasse direitinho para o céu.

Ele continuou a caminhar e viu muitas pessoas que iam para a Igreja baptizar um menino. Então gritou que Deus o levasse direitinho para o céu. Os padrinhos ficaram furiosos e foram ter com o Pedro para lhe baterem, mas o Pedro desatou a correr.

Se o Pedro Malasartes não tivesse chegado a casa ainda naquele dia, teria andado a levar tareia do mundo inteiro.



Autor: António Mota

Título do Livro: Pedro Malasastes

Editora: Gailivro

domingo, 6 de abril de 2008

Um lugar mágico

Era uma vez um menino chamado Rick, que vivia com a sua mãe adoptiva, uma loba chamada Guendy. Eles habitavam no Círculo Mágico, onde todos os animais viviam em harmonia. Os humanos tinham medo de lá ir porque há alguns anos tinha desaparecido um jardineiro sem deixar rasto e porque as pessoas pensavam que havia um Monstro Devora-Homens no lago.

Rick gostava muito de ouvir as histórias que a chimpanzé Úrsula lhe contava, como por exemplo a da formação do Círculo Mágico. Ele tinha sido formado pela queda de uma estrela, cuja poeira tinha ficado em forma de círculo, ficando então o local com o nome de Círculo Mágico.

Mas havia um homem mau, chamado Ulderico Pançudo, que queria destruir o Círculo Mágico. Os caçadores foram ao Círculo Mágico e mataram Guendy e outros animais, deixando Rick muito triste por ter perdido a mãe. Os caçadores encontraram Rick lá sozinho, meteram-no numa jaula e levaram-no a Ulderico Pançudo, que era candidatado a presidente da câmara, e decidiu adoptar Rick para que as pessoas votassem nele.

Passado algum tempo, Ulderico Pançudo deu uma festa, pois já sabia que ia ganhar as eleições. Rick tinha de estar à porta para receber os convidados, demonstrando que já não era selvagem como quando eles o encontraram. Mas na verdade ele continuava a ser o mesmo e durante a festa, fugiu numa furgoneta de louça e toalhas sujas.

Quando chegaram a um armazém, Rick saiu da furgoneta, despiu o seu fato e procurou roupa mais confortável nuns sacos abandonados. Todos estavam à sua procura, incluindo a polícia, por isso Rick escondeu-se num edifício velho e abandonado, onde encontrou a gata Dodó, que era a rainha dos caixotes do lixo. Como já era muito tarde, a Dodó convidou Rick para ficar na sua casa.

Como estavam tantos carros da polícia à procura de Rick, e como havia muitos cartazes espalhados com a sua fotografia, Dodó disse que ele devia ser uma pessoa muito importante, como por exemplo um príncipe. Rick sabia que não era ninguém importante, mas pensou que talvez soubesse algo que não devia. Então lembrou-se de ter visto na festa, num grande ecrã, Sua Moleza Imunda Almôndega I e de como Ulderico Pançudo e os seus compinchas tinham ficado com caras furiosas. Sua Moleza Imunda Almôndega I também era um homem mau e proprietário supremo de todos os Super-Mega-Hiper-Mercados do mundo e de todas as telecomunicações terrestres, aquáticas e estrelares.

No dia seguinte, Rick conheceu a duas-patas de Dodó, que era a senhora Amália Cipolloni. Ela disfarçou-o de cão para levá-lo para sua casa sem que ele fosse visto pela polícia. Quando estava a dormir na sua casota improvisada, Rick sonhou com a chimpanzé Úrsula e acordou a chorar porque tinha saudades dela e da Guendy. A senhora Cipolloni ouviu-o a chorar e ele contou-lhe o motivo. A senhora Cipolloni aconselhou-o a pensar na mãe e nas coisas que faziam juntos e então a Guendy apareceu mesmo à frente de Rick e explicou-lhe que eles eram como um menino e um papagaio de papel: Rick era o menino e Guendy era o papagaio e à medida que Rick ia andando ela acompanhava os seus passos sem ele dar por isso.

No dia seguinte Rick foi às compras com a senhora Cipolloni e quando estavam a voltar para casa viu a Úrsula mas ela não o reconheceu por ele estar disfarçado de cão. Rick contou à senhora Cipolloni mas ela disse que tinham de fazer uma coisa de cada vez.

Ulderico Pançudo pensava que a senhora Cipolloni era uma feiticeira só por não ter televisão, não ler o jornal e por ter umas flores que cheiravam mal. Ele foi a casa dela procurar Rick mas não o encontrou. Deu-lhe então uma televisão que só ele podia controlar.

Rick tinha a impressão que conhecia a senhora Cipolloni de algum lado e lembrou-se de a ter visto na televisão que havia na festa e de Ulderico ter dito que ela era um obstáculo.

Estava a dar o hino da Sua Moleza Imunda na T.V e Rick lembrou-se que tinha visto um cortejo de crianças com os olhos em forma de televisor a cantarem esse hino, na noite em que dormiu no armazém, e foi logo contar à senhora Cipolloni. Ela ficou preocupada e decidiram ficar acordados à noite para ver se acontecia a mesma coisa. As crianças apareceram, só que desta vez eram em muito maior número. A Dodó e a senhora Cipolloni tiveram a ideia de infiltrar Rick no cortejo da noite seguinte e vestiram-no de pijama, tal como os outros meninos. Também lhe pintaram os olhos em forma de televisor e meteram-lhe um microfone na roupa para saberem o que estava a acontecer.

Depois de muito andarem, as crianças chegaram a um castelo, que para além de cheirar a cimento, também cheirava a cocó de elefantes. Rick viu três tendas enormes que davam pelo menos para uns cinquenta elefantes. Quando entraram no castelo, veio ter com eles o Ruttik Boy, que era o príncipe dos caixotes do lixo estrelares. Ele disse-lhes que aquele castelo era o castelo dos sonhos. Fez cair merendinhas do tecto e depois disse às crianças que podiam participar nos filmes, nos shows, e nos desenhos animados que eles quisessem.

Estava um robot à entrada de uma sala a perguntar qual era o desejo de cada criança. Quando chegou a vez de Rick ele não disse nada e começou a ficar nervoso. Pela última vez o robot perguntou-lhe se tinha algum desejo e ao abanar a cabeça para dizer que não, as gotas da transpiração apagaram-lhe a pintura dos olhos. Os robots tentaram apanhá-lo, mas Rick fugiu por um tubo de uma conduta de ar e foi dar a uma sala onde estava Sua Moleza Imunda e toda a gente que tinha estado na festa, incluindo Ulderico Pançudo.

Rick ouviu Sua Moleza Imunda a dizer que não faltava muito para toda a terra estar coberta de Super-Mega-Hiper-Mercados. O seu plano era destruir todas as formas de vida hostis, incluindo a senhora Amália Cipolloni, utilizando os gases intestinais de muitos elefantes, pois ele estava a alimentá-los à base de feijões.

Quando Sua Moleza Imunda descobriu que Rick estava na sala, mandou-o de imediato para as masmorras. Havia um vidro que separava as masmorras do lugar onde estavam as outras crianças. As crianças do outro lado estavam super felizes a ver5em os seus heróis preferidos na T.V, mas de repente, começaram a chorar e a perguntar onde estavam. Parecia que estavam a acordar de um pesadelo.

No meio daquela confusão, Rick ouviu um assobio: era a Úrsula que vinha salvá-lo. Ela atirou-lhe uma liana e a chave da sala das outras crianças. Rick abriu a porta e tirou as crianças dali. Faltavam menos de dez minutos para o pum cósmico e eles estavam num lugar de onde se via muito bem o castelo, os trampolins, e os elefantes e que seria também afectado. De repente, ouviu-se um enorme estrondo, mas Rick reparou que o tubo que devia conduzir o pum cósmico para a cidade tinha sido desviado para uma conduta de ar que conduzia ao castelo, onde estava Sua Moleza Imunda e os outros que queriam destruir a Natureza. Tiveram o final que queriam dar às outras pessoas.

Depois Úrsula pediu a Rick para olhar para um sítio e para seu grande espanto viu a senhora Cipolloni, que ele tratava por tia Cip, montada num elefante.

Passada uma semana a tia Cip fez uma surpresa a Rick: levou-o a Vila Alegre, o sítio onde Rick morava antes de toda esta confusão, e onde existia o Círculo Mágico.Rick viu muita gente a demolir os Super-Mega-Hiper-Mercados e a plantar flores e árvores.

A tia Cip, a Úrsula, a Dodó e o Rick foram para uma clareira; Úrsula subiu a uma árvore e os outros deitaram-se na relva.Anoiteceu. Rick reparou que havia no céu uma estrela cadente e pediu um desejo: ser feliz. Mas no mesmo instante percebeu que já era feliz.

Autor: Susana Tamaro

Título do livro: Um lugar mágico ou como salvar a Natureza

Editora: Editorial Presença

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O amigo dedicado

Certa manhã, três amigos conversavam à beira do lago: o rato-almiscareiro, a pata e o pintarroxo. Começaram a conversar e o rato-almiscareiro começou a falar sobre a amizade dedicada e então o pintarroxo lembrou-se da história do amigo dedicado.
É a história de um homenzinho chamado Hans. Ele era honesto, tinha bom coração e era bem-humorado. Ele tinha um amigo moleiro, que na realidade não era seu amigo. O moleiro passava a vida a falar do valor da amizade mas na realidade não a conseguia pôr em prática.
Por exemplo, quando o Hans mais precisava de ajuda e passava fome, o moleiro não foi capaz de lhe dar um saco de farinha para o pão nem foi capaz de fazer uma visita. Um dia, disse que lhe ia dar um carrinho de mão todo velho e estragado e depois estava sempre a pedir-lhe favores como forma de pagamento. Por exemplo mandou o Hans arranjar o telhado do celeiro do moleiro com a prancha que ia usar para o arranjar o carrinho de mão. O moleiro também levava imensas flores do jardim do Hans e pediu-lhe que levasse um grande e pesado saco de farinha para o mercado. Além disso o moleiro acusou-o de ser preguiçoso por ficar a descansar mais um pouco de manhã. A pedido do moleiro arranjou-lhe o telhado e levou-lhe as ovelhas ao monte.
Certa noite o moleiro foi a casa do Hans dizer-lhe para ir chamar o médico porque o seu filho tinha caído. Estava uma noite de tempestade e o médico vivia muito longe e o moleiro nem emprestou a lanterna ao Hans. Depois de ter chamado o médico o Hans ficou sozinho e, como estava muito escuro ele perdeu-se e morreu.
No funeral, o moleiro só dizia que ia oferecer um carrinho de mão ao Hans e que agora já não ia ter espaço para o guardar. Quando o pintarroxo acabou a história, disse que achava que rato-almiscareiro não tinha percebido a moral. Ao perceber que a história tinha moral o rato-almiscareiro irritou-se, gritou “Pff” e foi-se embora. O pintarroxo e a pata continuaram a conversar e chagaram à conclusão que as historias com moral podiam se perigosas.



Nome do autor: Óscar Wilde
Título do livro: Contos de sempre
Editora: Porto Editora

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A menina do mar



A imagem "http://www.rascunho.net/img/a_menina_do_mar.jpg" não pode ser mostrada, porque contém erros.


Era uma vez um rapazinho que vivia numa casa voltada para o mar.
Ele costumava ir brincar na praia e foi aí que, certo dia, ouviu quatro gargalhadas. Numa poça de água viu um polvo, um peixe, um caranguejo e uma menina muito pequenina.
No dia seguinte, o menino voltou à praia e, cheio de curiosidade, agarrou a menina. Ela pediu socorro aos amigos, mas o menino só queria conversar. Então, a menina contou-lhe como era a vida no mar e o rapaz falo-lhe das coisas da terra. Nos dias seguintes o menino levou coisas da terra para mostrar à sua nova amiga. A menina queria tanto conhecer a terra que o rapaz teve uma ideia: levava-a dentro de um balde com água do mar e algas.
Mas o plano foi por água abaixo porque os búzios ouviram a conversa e foram logo contar à Raia, que era a dona do mar.
A menina dançava para ela e esta ficou furiosa quando soube do plano. Então, como castigo, mandou-a para uma praia muito distante.
A menina do Mar, triste e com saudades do amigo, já nem sequer conseguia dançar bem. O rei do mar teve pena da menina e pediu a uma gaivota para levar um filtro de anémonas para o rapaz conseguir viver debaixo de água.
Então o menino bebeu o líquido, e foi em cima de um golfinho ter com a menina. Quando ele chegou eles mataram as saudades e ficaram, felizes, a viver no fundo do mar.


Nome do autor: Sophia de Mello Breyner Andersen
Título do livro: A menina do mar
Editora: Figueirinhas

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A floresta



Era uma vez uma menina chamada Isabel. Ela tinha onze anos e vivia numa casa muito grande. Todos os dias, depois das aulas ela ia à floresta, que ficava perto da sua casa.

Certo dia, quando ela foi à floresta, viu a sua árvore preferida e decidiu fazer uma casa para anões, pois o seu maior sonho era um dia conhecer um. Ela ficou alguns dias sem ir à floresta; por isso não sabia se estava algum dentro da casa. Mas no dia em que ela pôde ir à floresta espreitou para dentro da casa e, para seu espanto, viu um anão deitado sobre a cama, a dormir. Ela ficou espantada a olhar para ele. A Isabel não queria acordar o anão, por isso esperou que ele acorda-se. Quando ele acordou, ficou muito assustado com a presença de Isabel, mas depois acalmou.

Entretanto, passou um ano e eles já eram amigos e o anão já tinha confiança suficiente em Isabel para lhe contar a sua história, que era a seguinte: havia chegado ao parque um bando de ladrões que assaltavam pessoas todos os dias.

Havia três frades a viver no parque, numa capela. Um dia, apareceram lá os ladrões e os Frades suplicaram-lhes que não lhes fizessem mal e que não lhes roubassem nada. Os ladrões disseram que não lhes faziam mal e que não levavam nada com a condição de os frades fazerem os remédios se eles ficassem doentes. Os frades aceitaram.

Um dia, os ladrões descobriram que andava um merceeiro por aquelas bandas e decidiram roubá-lo. Mas o merceeiro, que era esperto, também sabia que eles andavam por ali e trouxe alguns homens para combaterem contra os bandidos. O chefe dos ladrões ficou mal, estava quase à beira da morte, e confessou aos frades todos os erros que tinha cometido. Ele disse onde estava o ouro que tinha roubado e pediu aos frades que os dessem a uma pessoa muito boa.

Bem tudo isto se passou há 200 anos e os frades não duraram a vida inteira, não é? Continuando, alguém tinha de ficar a cuidar do tesouro. O anão e os seus irmãos assistiram àquilo tudo e por isso ficaram eles a cuidar do tesouro; mas como não podiam ficar todos por isso fizeram um sorteio para ver quem é que ficava e calhou ao anão amigo da Isabel.

O anão disse que até àquele momento ainda não tinha encontrado a pessoa certa para dar o tesouro. A Isabel pôs-se a pensar em alguém e chegou à conclusão de que o seu professor de música era a pessoa certa. Ele era muito bondoso e assim podia comprar um violino novo. Eles falaram com ele mas ele disse que não precisava mas que tinha um amigo sábio que estava a tentar transformar pedra em ouro.

O sábio tinha pedido ao professor da Isabel que fosse ver como é que estava a correr a experiência, pois o sábio não queria ver porque todas as outras tinham corrido mal. O professor foi ver a experiência mas infelizmente não estava a acontecer nada. Então ele teve uma ideia: eles trocavam as pedras pelo ouro.

Mas havia um problema. As moedas não tinham a mesma forma das pedras. O anão disse que não havia problema, pois ele era muito bom escultor e podia transformar o ouro em forma de pedras. Ele assim o fez e ficaram todos felizes.


Autor: Sophia de Mello Breyner Andersen
Título do livro: A Floresta
Editora: Figueirinhas

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O rapaz de bronze


Era uma vez um jardim onde à noite todas as plantas ganhavam vida. Os gladíolos estavam muito na moda e eram as flores mais colhidas. Certo dia, nasceu um gladíolo que ficou muito contente por saber que ia ser colhido. Mas ele ouviu a dona da casa a dizer ao jardineiro para não colher mais gladíolos porque faziam falta ao jardim.

Então, o gladíolo decidiu fazer uma festa para não ficar tão triste. Ele tinha de pedir autorização ao rapaz de bronze que era o dono do jardim durante a noite. Ele autorizou a festa e o gladíolo convidou todas as flores. Mas um ou dois dias antes da festa eles pensaram que como as pessoas punham flores nas jarras, eles tinham de pôr uma pessoa numa jarra. Então, eles decidiram que seria a Florinda, uma menina de sete anos que era filha do jardineiro.

Na noite da festa, o rapaz de bronze foi ao quarto da Florinda e perguntou-lhe se ela queria ir a uma festa. Ela ficou surpreendida por uma estátua estar a falar com ela, mas aceitou. Quando ela chegou à festa nem queria acreditar no que estava a ver mas o rapaz de bronze disse para ela se sentar na jarra e começou a contar como é que eles ganhavam vida. No dia seguinte, quando a menina foi para a escola, contou às amigas e elas não acreditaram e disseram que ela tinha sonhado. Então ela também começou a pensar que tinha sonhado.

Passaram muitos anos. Quando a Florinda tinha quinze anos, o pai dela pediu-lhe para ir levar ovos a casa da cozinheira. Já era de noite quando ela vinha para casa. O rapaz de bronze veio ter com ela e perguntou-lhe se ela se lembrava dele e se se lembrava da festa. Ela disse que sim, os dois deram as mãos e foram assim a andar pelo jardim.


Autor: Sophia de Mello Breyner Andresen

Título do livro: O rapaz de bronze
Editora: Figueirinhas

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Histórias do bertoldinho



O Bertoldinho era um menino muito traquina que tentava obedecer à mãe mas acabava por fazer só asneiras. É um conto tradicional com aventuras muito engraçadas. Mas neste livro não se conta só a história desse menino. A autora também conta muitas histórias de quando ela era pequena, mais ou menos da idade do Bertoldinho.

Conta a história de quando ia brincar com as irmãs para os bardos de isabelinhas. Um dia chegaram lá dois rapazes, o José e o João, e perguntaram-lhe com qual dos dois se casaria quando fosse grande.

Também conta quando pedia à mãe para lhe contar uma história de quando o tio João era pequenino.

Diz como era quando os tios e primos vinham da Venezuela e do Brasil, e das palavras novas que traziam de lá.

Conta como foi o seu primeiro dia de escola: a professora mandou os alunos fazerem um desenho de uma casa e ela não sabia desenhar, apenas fazer letras e números. Vendo a aflição dela, um miúdo da 4ª classe puxou--lhe o caderno e desenhou-lhe uma casa toda torta para a professora não reparar que tinha sido ele.

Nesse mesmo dia, quando era para ela regressar a casa estava combinado que viria na companhia de outras crianças, porque não sabia o caminho. Mas eles saíram mais cedo e esqueceram-se dela. Com apenas 6 anos, ela teve de voltar para casa sozinha, sem nunca ter feito aquele percurso.

Recorda os ninhos que descobriam na Primavera e a alegria que sentiam quando nasciam os passarinhos e também fala das colecções de folhas que guardavam numa caixa de sapatos, no Outono.

Conta também um episódio engraçado em que uma vizinha se disfarçou de diabo com um xaile preto para meter medo à escritora e às suas irmãs.

Lembra-se de quando a mãe a mandava, a ela e às irmãs, buscar o pão à mercearia. Um dia, elas esquecerem-se do saco para levar o pão. Em vez de pedirem um à dona da mercearia, voltaram a casa, a pé, numa vereda que demorava meia hora a percorrer, para ir buscar o saco.

Também conta uma vez em que o seu avolito a mandou e às irmãs comprarem tabaco para ele, e disse que podiam comprar doces com o dinheiro que sobrasse. Elas esqueceram-se do tabaco e só compraram os doces.

Numa das histórias explica a sua preocupação e das irmãs quando era Natal, porque a casa delas não tinha chaminé. Então ficavam a pensar como é que o menino Jesus lhes ia pôr os presentes no sapatinho.

Em criança, a autora gostava muito do leiteiro que passava pelas casas a distribuir o leite. Um dia ele pediu-lhe que lhe fizesse um bordado, pois já a tinha visto a bordar com a avó, apesar de só ter 5 anos. Ela levou a encomenda a sério e fez o bordado para o leiteiro.

Relembra a tradição de jogar ao balamento e de ir ao Pico das Eiras comer as guloseimas no dia de Páscoa.

Lembra-se quando partiu o biberão da irmã sem querer, e a família sofreu muito porque não tinha dinheiro para comprar outro biberão.

Outra aventura que a autora nunca se esqueceu, foi quando o seu guarda-chuva caiu para trás do armário da escola e ela tinha vergonha de dizer à professora para o tirar de lá, porque era muito tímida. Então, a mãe dela teve de ir à escola buscar o guarda-chuva.

Recorda a romagem da padroeira da paróquia e de como ia vestida de viloa e levava uma boneca com a roupa igual à dela, para ser rifada no bazar.

Conta a história de quando ela pensava que a tia, em vez de dormir, ficava a bordar. Mas era mentira. Ela ficava acordada a bordar depois das sobrinhas irem dormir, e de manhã acordava antes delas.

Também explica como era quando pensavam que o sereno era uma pessoa. Até ao dia em que perceberam que isso não passava de uma fantasia de crianças.


Autor: Lília Mata

Título do livro: Histórias do Bertoldinho
Editora: Câmara Municipal do Funchal


sábado, 17 de novembro de 2007

Um camaleão na gaveta


Era uma vez uma menina chamada Carolina, que queria descobrir pormenores sobre a vida dos dinossauros, e foi perguntar à avó Carlota como é que eles viviam. Fez estas perguntas porque tinha visto covas fundas e largas no caminho de areia e decidiu segui-las. Ao seguir as pegadas, perdeu-se no meio do nada. Entretanto, julgou ver uma enorme cauda cheia de escamas verdes a deslizar por entre uns silvados. Ficou muito assustada e perguntou:
- Quem está ai?
Ouviu uma restolhada como resposta. Começou a correr e ouviu alguém perguntar para onde é que ia a correr tanto.
Ela ficou quase muito admirada, quase muito aflita. Sem mais nem menos apareceu-lhe um raposa à frente. A Carolina disse que queria ir para casa, e perguntou se ia bem por aquele caminho. A raposa disse que achava que sim, e depois convidou a Carolina para entrar na casa dela. A Carolina aceitou, e já dentro da casa da raposa, perguntou:
- Já viste muitos dinossauros por aqui?
- Sim! Muitíssimos! Ainda hoje passou por aqui, e hoje tinha as escamas verdes.
Carolina, sem querer saber de mais nada, foi logo embora.
Uns dias mais tarde queria tirar umas meias da gaveta e quando a abriu, sentiu uma coisa mole e muito áspera. Era um camaleão, mas a Carolina tinha pensado que era um pequeno dinossauro.
Percorreu toda a aldeia com o camaleão às costas. De repente, ela reparou que o camaleão já não estava nas suas costas.
Ouviu ao longe uma cantoria, que era a cantoria que o camaleão tinha cantado quando conheceu a Carolina. A Carolina não voltou a encontrar o camaleão e em breve teria de abandonar a aldeia, e voltar para a cidade, onde estudava, e os colegas diziam que se parecia com um dinossauro. A pensar nisso, a Carolina adormeceu, aninhada na cama, tal como o amigo camaleão que encontrara na gaveta.

Autor: Maria Alberta Menéres
Título do livro: Um camaleão na gaveta
Editora: Edições ASA




sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Os seis companheiros invencíveis


Era uma vez um homem que era bom a fazer tudo. Tinha sentado praça e servido o rei. Mas quando a guerra acabou, o rei mandou-o embora, dando-lhe apenas dois vinténs para a viagem. O homem ficou chateado e foi procurar ajuda para se vingar do rei.
Quando ia a caminho, encontrou cinco homens e todos aceitaram ir com ele. Primeiro, encontrou um homem tão forte, tão forte que conseguía pegar em cinco árvores de uma só vez. Depois encontraram um caçador com tanta pontaria que queria acertar com um grão de chumbo no olho de um mosquito a duas léguas dali. Um dos homens que encontraram conseguía pôr sete moinhos a andar só com a venta esquerda. Outro tinha desatarraxado uma perna para não correr tanto, pois ele corria muito. Finalmente encontraram um homem com o chapéu inclinado sobre uma orelha. Se ele pusesse o chapéu direito fazia tanto frio que os pássaros até caíam mortos no chão.
Então, chegaram a uma cidade onde o rei dava como prémio a mão da filha a quem a conseguisse vencer numa corrida. O homem que queria vingar-se do rei desafiou-a mas não foi ele quem correu, foi o andarilho.
Na corrida, os dois tinham uma bilha e tinham de correr uma légua para chegar a uma fonte para encher a bilha. O andarilho ia muito mais adiantado e encheu a bilha primeiro. Mas ficou com sono e decidiu deitar-se um pouco a descansar. Deitou a cabeça em cima de um crânio de cavalo para não ser tão confortável. A princesa viu que ele estava a dormir e despejou a bilha dele. Mas o caçador estava a ver tudo e disparou contra o crânio para o andarilho acordar. Então ele voltou a trás, encheu a bilha e ainda conseguiu vencer a princesa.
A princesa e o rei ficaram furiosos e queriam livrar-se dos seis homens.Então o rei convidou-os para um banquete num quarto de ferro para depois o cozinheiro acender o fogão que ficava por baixo desse quarto. O plano era cozer os seis companheiros mas não resultou porque o homem do chapéu o pôs direito e os pratos até gelaram.
Quando o rei veio ver ficou furioso e disse que se o soldado desistisse da mão da princesa, lhe daria todo no ouro que ele quisesse . Ele aceitou e mandou fazer um saco enorme para levar muito ouro. Então o rei meteu todo o seu ouro no saco que ficou muito pesado. Por isso teve que ser aquele homem muito forte a leva-lo.
Logo que ele virou as costas o rei mandou as tropas atrás deles. Os soldados do rei ameaçaram esquartejá-los mas o homem que soprava pela venta soprou e mandou-os todos pelos ares. Então o rei desistiu e os seis companheiros dividiram as riquezas e viveram felizes até morrerem.

Autora: Maria Amélia Vaz de Carvalho e Gonçalves Crespo
Título do Livro: Contos de Sempre
Editora: Porto Editora