quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Histórias do bertoldinho



O Bertoldinho era um menino muito traquina que tentava obedecer à mãe mas acabava por fazer só asneiras. É um conto tradicional com aventuras muito engraçadas. Mas neste livro não se conta só a história desse menino. A autora também conta muitas histórias de quando ela era pequena, mais ou menos da idade do Bertoldinho.

Conta a história de quando ia brincar com as irmãs para os bardos de isabelinhas. Um dia chegaram lá dois rapazes, o José e o João, e perguntaram-lhe com qual dos dois se casaria quando fosse grande.

Também conta quando pedia à mãe para lhe contar uma história de quando o tio João era pequenino.

Diz como era quando os tios e primos vinham da Venezuela e do Brasil, e das palavras novas que traziam de lá.

Conta como foi o seu primeiro dia de escola: a professora mandou os alunos fazerem um desenho de uma casa e ela não sabia desenhar, apenas fazer letras e números. Vendo a aflição dela, um miúdo da 4ª classe puxou--lhe o caderno e desenhou-lhe uma casa toda torta para a professora não reparar que tinha sido ele.

Nesse mesmo dia, quando era para ela regressar a casa estava combinado que viria na companhia de outras crianças, porque não sabia o caminho. Mas eles saíram mais cedo e esqueceram-se dela. Com apenas 6 anos, ela teve de voltar para casa sozinha, sem nunca ter feito aquele percurso.

Recorda os ninhos que descobriam na Primavera e a alegria que sentiam quando nasciam os passarinhos e também fala das colecções de folhas que guardavam numa caixa de sapatos, no Outono.

Conta também um episódio engraçado em que uma vizinha se disfarçou de diabo com um xaile preto para meter medo à escritora e às suas irmãs.

Lembra-se de quando a mãe a mandava, a ela e às irmãs, buscar o pão à mercearia. Um dia, elas esquecerem-se do saco para levar o pão. Em vez de pedirem um à dona da mercearia, voltaram a casa, a pé, numa vereda que demorava meia hora a percorrer, para ir buscar o saco.

Também conta uma vez em que o seu avolito a mandou e às irmãs comprarem tabaco para ele, e disse que podiam comprar doces com o dinheiro que sobrasse. Elas esqueceram-se do tabaco e só compraram os doces.

Numa das histórias explica a sua preocupação e das irmãs quando era Natal, porque a casa delas não tinha chaminé. Então ficavam a pensar como é que o menino Jesus lhes ia pôr os presentes no sapatinho.

Em criança, a autora gostava muito do leiteiro que passava pelas casas a distribuir o leite. Um dia ele pediu-lhe que lhe fizesse um bordado, pois já a tinha visto a bordar com a avó, apesar de só ter 5 anos. Ela levou a encomenda a sério e fez o bordado para o leiteiro.

Relembra a tradição de jogar ao balamento e de ir ao Pico das Eiras comer as guloseimas no dia de Páscoa.

Lembra-se quando partiu o biberão da irmã sem querer, e a família sofreu muito porque não tinha dinheiro para comprar outro biberão.

Outra aventura que a autora nunca se esqueceu, foi quando o seu guarda-chuva caiu para trás do armário da escola e ela tinha vergonha de dizer à professora para o tirar de lá, porque era muito tímida. Então, a mãe dela teve de ir à escola buscar o guarda-chuva.

Recorda a romagem da padroeira da paróquia e de como ia vestida de viloa e levava uma boneca com a roupa igual à dela, para ser rifada no bazar.

Conta a história de quando ela pensava que a tia, em vez de dormir, ficava a bordar. Mas era mentira. Ela ficava acordada a bordar depois das sobrinhas irem dormir, e de manhã acordava antes delas.

Também explica como era quando pensavam que o sereno era uma pessoa. Até ao dia em que perceberam que isso não passava de uma fantasia de crianças.


Autor: Lília Mata

Título do livro: Histórias do Bertoldinho
Editora: Câmara Municipal do Funchal


2 comentários:

rosa florenço disse...

Cara senhora é com algum orgulho que leio o que tem coragem de escrever, eu gostava de um dia pôr tudo o que tenho na cabeça sobre a minha meninice que tambem foi passada num dos sitios da camacha mas falta-me algo.......
Por isso força e vá em frente, desejo.lhe muita sorte.

Anónimo disse...

gostei do resumo. espero que escrevas um livro. Ah aprefeiço-a os teus resumos um bocadinho melhor.